domingo, 30 de junho de 2013

Relembrando a tentativa de guerrilha em Catolé do Rocha/PB (III)


Desculpem-me a falha técnica das postagens fac-similar da matéria "Expedito, o líder estudantil que desafiou os Maia" , de Catolé do Rocha, publicada na Tribuna do Norte, de Natal, no dia 21 de julho de 1991, a última da série "História da Resistência ao Regime de 64". Caso os leitores não estejam lendo os textos dos "recortes", favor enviar imeios.

Relembando a tentativa de guerrilha em Catolé do Rocha/PB (II)

 
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Relembrando a tentativa de guerrilha em Catolé do Rocha(PB).

A partir de hoje, 30 de junho de 2013, passo a postar algumas reportagens publicadas no jornal Tribuna do Norte, de Natal (RN). Esta é  uma das duas entrevistas com Luiz Ferreira de Aquino Filho, publicada na página 21 da edição de 30 de junho de 1991  ( 12ª reportagem da série "História da resistência ao regime militar de 64"), com o subtítulo "PCB foi o primeiro partido dos estudantes de Catolé". .
O gancho para esta postagem foi a lembrança do falecimento de Frei Marcelino de Santana, ocorrido recentemente, e a minha releitura do livro "Dramaturgia da Cidade dos Reis Magos", de autoria de Sônia Maria de Oliveira Othon, na qual ele é citado como diretor  da peça teatral "Marcelino, Pão e Vinho", adaptada por Stela Wanderley, estreada no dia 8 de junho de 1958, pelo Teatro de Amadores de Natal.



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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Tortura é antiga no Brasil, mas após 1968 virou política do Estado.

Deu no O Globo de hoje. 


‘Com militares, prática da tortura se tornou sistemática’, dizem especialistas

  • Analistas elogiam relatório da Comissão: ‘É a primeira vez que o Estado brasileiro admite isso’
Tópicos da matéria:
SÃO PAULO - Ex-ministro da Justiça e ex-integrante da Comissão de Justiça e Paz, José Gregori diz que a prática da tortura sempre existiu no país, mas ganhou contornos de política de Estado no regime militar (1964-1985),principalmente depois da decretação do AI-5, em dezembro de 1968. Gregori lembra que nos primeiros momentos do regime, pressionado pela sociedade , o então presidente Castelo Branco chegou a criar uma comissão de averiguação das denúncias, comandada pelo general Ernesto Geisel. Mas, com o recrudescimento da ditadura, a tortura antes investigada acabou sendo incorporada ao governo:


— A tortura sempre existiu, inclusive antes do Estado Novo de Getúlio Vargas (1937-1945), mas com os militares, tornou-se sistemática, orgânica. Foi incorporada como método de interrogatório de toda pessoa que, para eles, fosse suspeita de ameaçar o governo — disse Gregori.
O ex-ministro fala ainda que os militares franceses fizeram torturas pesadas durante o processo de independência da Argélia (1954-1962), e que sempre exerceram forte influência sobre os militares do Brasil. Para Gregori, a melhor forma de combater a tortura, que ainda persiste no Brasil, é transformando os direitos humanos em política de Estado. Ele disse ser contra a punição aos militares e torturadores da ditadura, que são protegidos pela Lei da Anistia.
— Não é preciso alterar essa anistia, que ajudou na redemocratização. Mandar meia dúzia de velhinhos, que sobraram, para a cadeia não é dizer que o país se regenerou. A Argentina fez isso, mas nem por isso a qualidade de sua democracia é melhor que a nossa.
Para Maria Amelia Teles, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, a denúncia feita pela Comissão da Verdade de que a tortura antecedeu o AI-5 não é nova, mas tem um grande significado por ter sido admitida pelo próprio Estado.
— Meu pai, o ferroviário Jofre de Almeida, do PCB, foi preso dias depois do golpe, em 1964. Ficou preso, sem que soubéssemos dele, por seis meses. Foi tão torturado que quase ficou cego. Não vi nenhuma novidade nessa informação de que a tortura antecedeu o AI-5. No entanto, é a primeira vez que o Estado brasileiro admite e isso é muito bom — disse ela.
Segundo Amelinha, até agora pouco se avançou sobre a elucidação das mortes e desaparecimentos de militantes políticos no país. O dossiê de mortos e desaparecidos aponta 437 vítimas.
— A novidade é a interpretação que se faz do relatório da Marinha em relação ao divulgado em 1993.
Integrante do Armazém Memória e do Grupo Tortura Nunca Mais, Marcelo Zelic afirma que a violência de Estado é ainda mais perversa porque a sociedade a condena, mas acaba tolerando a prática.
— A ideia de cordialidade esconde um país violento. A sociedade sempre tolerou a tortura contra o ladrão, o escravo, o pobre e o índio. Há essa tolerância dos Poderes em relação à tortura contra alguns tipos de brasileiros.
Marcelo Zelic disse que o relatório da Comissão da Verdade é positivo, mas que é preciso se aprofundar em diversas questões, como na tortura e morte dos indígenas durante o regime militar. Para ele, a comissão deve avançar ainda na proposta de mudança de condutas.
— Além de fazer a verdade vir à tona, é preciso que haja na sociedade um debate para propor a mudança de condutas. O “nunca mais” não pode ser apenas um bordão. Tem de ser como um desafio que englobe toda a sociedade.

Fonte: O Globo.