quarta-feira, 30 de abril de 2014

Os jornais impressos se acabarão em 15 anos.

Fundador e ex-diretor do El Mundo diz os meios em dificuldades devem ter cuidado com as dependências dos poderes políticos e económicos 
Fonte: dn.pt

Pedro J. Ramírez dita sentença: "Dentro de 15 anos não haverá jornais impressos"

Pedro J.Ramirez dita sentença:
Ramirez foi diretor do El Mundo
Diana Quintela
30/04/2014 | 15:34 | Dinheiro Vivo
"Em Espanha e Portugal, dentro de 15 anos não haverá jornais impressos". A sentença foi dada por Pedro J. Ramírez, fundador e ex-diretor do jornal espanhol El Mundo. O jornalista de 62 anos falava esta terça-feira na conferência "O Poder dos Media", organizada pela GCI, no âmbito do seu 20.º aniversário, na Universidade Nova de Lisboa.
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Bem disposto e cheio de humor, perante uma plateia composta maioritariamente de estudantes de comunicação social e jornalistas, o director durante 25 anos do diário espanhol aponta as razões da tão anunciada "morte do papel."
Desde logo, a revolução tecnológica, que está a impor uma mudança profunda ao nível dos hábitos de consumo de informação, que passa pela Internet, via PC, tablets e, no futuro, smartphones.
Com a fuga de leitores para estes meios e das receitas publicitárias para o Google ou Facebook, aos grupos de comunicação não resta senão cortar: no número de jornalistas e no budget para trabalhos de qualidade. "E quando isto acontece nos países do sul, em dificuldades, dá-se a tempestade perfeita", diz Pedro J. Ramírez.
Como prova desta tendência de  degradação, J. Ramírez aponta: Nos EUA, em 2010, os jornais tiveram uma receita publicitária igual à de 1950, ou seja "um retrocesso de 60 anos."
E o pior é que a situação não vai melhorar, pelo menos, para a imprensa tradicional, pelo que Pedro J. Ramírez avisa que é preciso ter cuidado com as dependências dos poderes políticos e económicos instalados. Sob pena de sair a perder o leitor.