quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Centenas de pessoas prestigiam lançamento de fotobiografia de Djalma Maranhão

Crédito da Foto: João Gilberto

O lançamento da fotobiografia sobre Djalma Maranhão reuniu centenas de pessoas na noite desta quinta-feira (8), na Assembleia Legislativa. O livro, que foi viabilizado em comemoração aos 100 anos do ex-deputado estadual, federal e ex-prefeito de Natal. Deputados, familiares e os organizadores da fotobiografia enalteceram a história e o legado de Djalma Maranhão.

"Djalma Maranhão foi um dos maiores políticos do Rio Grande do Norte, com atuação destacada e revolucionária nas áreas de cultura e educação. Teve uma visão muito à frente de seu tempo e deixou lições para várias gerações. Essa fotobiografia dará a oportunidade para que sua obra seja conhecida por ainda mais pessoas", disse o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PSDB).

Reunindo mais de 260 imagens, a fotobiografia retrata diversos momentos da vida de Djalma Maranhão, desde fatos pessoais até momentos históricos em sua atuação política. O acervo estava com familiares e também com Roberto Furtado, que conviveu com o ex-prefeito de Natal. Furtado, inclusive, foi o responsável por impedir que vários registros fossem confiscados no período da ditadura militar, quando Djalma Maranhão foi preso e exilado para o Uruguai.

"Foram mais de mil imagens a que tivemos acesso e usamos essas 260 para fazer parte da fotobiografia, retratando todos os momentos. Contamos com o apoio importando de Roberto Furtado, que conviveu com Djalma, e de seus familiares, especialmente Haroldo Maranhão. O livro é parte de um trabalho em conjunto que tivemos o prazer de participar", disse Adriano de sousa, que foi organizador da fotobiografia ao lado de Giovanni Sérgio Rêgo.

O deputado Fernando Mineiro (PT), que foi o responsável por indicar emenda parlamentar para financiar a produção dos mil exemplares, acredita que a fotobiografia é um marco histórico. Mineiro explicou que a exposição fotográfica que estava no Salão Nobre da Assembleia percorrerá Natal e será levada também para o Rio de Janeiro, na escola que leva o nome do ex-prefeito de Natal.

"Foi um esforço conjunto para viabilizarmos essa obra, que só pôde ser finalizada e lançada neste ano. Estamos muito satisfeitos", disse o deputado.

Também presente ao lançamento, a Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB/RN) teve participação na elaboração do livro. O advogado Djamiro Acipreste, da comissão de Direitos Humanos da OAB/RN, discursou representando a classe e relatou o dia em que ele teve conhecimento sobre a obra de Djalma Maranhão, quando estava em Cuba e um idoso do país disse que esteve em Natal para conhecer a "revolução na educação" realizada pelo então prefeito.

"Tive que ir para Cuba para conhecer a obra de uma pessoa de Natal, que foi uma verdadeira revolução, mas sem armas. Djalma Maranhão é passado, é presente e também é o futuro. Que os jovens da nossa terra não precisem sair de Natal para saber pelo que lutar", desejou o representante da OAB.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Faleceu Sinfrônio Gonçalves um dos ícones da política em Catolé do Rocha


Catolé do Rocha perdeu um dos grandes personagens de sua história política neste domingo dia 04 de dezembro, Sinfrônio Gonçalves um dos ícones da antiga oposição catoleense faleceu aos 87 anos, e deixa um legado de realizações e uma descendência de vários filhos, netos, bisnetos e uma história de dedicação aos catoleenses.

Sinfrônio Gonçalves que é de tradicional família catoleense, foi vereador por vários mandatos, chegando a exercer a presidência da Casa de Clécio Barreto, e prefeito, onde em pouco tempo deixou uma boa marca de administrador.
Em 2008, Sinfrônio Gonçalves encerrou sua carreira política, deixando em seu lugar o filho Cláudio de Oliveira Costa ou simplesmente (Cláudio de Sinfrônio).

Sinfrônio Gonçalves participou em épocas passadas, de várias campanhas acirradas e históricas no auge da antiga oposição catoleense onde ficou marcada a famosa frase “ Catolé desassombrada”.
O corpo de Sinfônio Gonçalves está sendo velado na Câmara Municipal de Catolé do Rocha.

Domício Filho
Fonte: Riacho notícias -  Danilo Almeida - 04/12/2016 20h58m
A revolução sem ternura


Tomislav R. Femenick - Historiador

No final dos anos cinquenta do século passado, o mundo vivia o período da guerra fria ao mesmo tempo em que as ideias liberais e democráticas afloravam no mundo ocidental. Na França, um referendo popular aprovou a Constituição da V República, logo revisada para permitir a independência das antigas colônias. Na Inglaterra também se iniciou uma política de descolonização. 

No inicio da década seguinte, Kennedy foi eleito presidente dos Estados Unidos e Kubitschek presidente do Brasil. Foi nesse clima de boa vontade, que eclodiu a revolução que derrubou o frágil e corrupto governo do ditador cubano Fulgencio Batista e levou o “comandante” Fidel Castro ao poder, em 1959.

A luta revolucionária começou sua vitória no verão de 1958, quando Fidel se firmou em Sierra Mestra, seu irmão Raul em Sierra Del Cristal e Che Guevara e Camilo Cienfuegos nas montanhas de Escambray. No dia primeiro de janeiro de 1959 Guevara e Cienfuegos ocuparam Havana. Fidel chegou à capital oito dias depois, quando formou um governo integrado por todos os que faziam oposição ao ditador Batista, assumindo o poder como um nacionalista, liberal e socialdemocrata. De sua plataforma constava a realização de eleições livres e a restauração da Constituição.

O famoso historiador comunista inglês Eric Hobsbawn, faz duas afirmações que devem ser levadas em conta. A vitória do exército rebelde foi genuinamente apoiada pela maioria dos cubanos como um momento de libertação e de infinitas promessas. No período de luta revolucionária, “nem Fidel Castro, nem qualquer de seus camaradas eram comunistas [...] e o Partido Comunista Cubano era notadamente não simpático a Fidel”. Entretanto, logo após a tomada do poder os revoltosos deram mostra da sua radicalização, quando o processo revolucionário extrapolou para o fuzilamento dos seus inimigos (reais ou pretensos), que eram julgados sem defesa e sumariamente fuzilados. As cenas de fuzilamento, em pleno campo de esportes de Havana, eram transmitidas pela televisão. Calcula-se que 400.000 pessoas foram detidas como prisioneiros políticos. Só em dezembro de 1961 Fidel Castro se proclamou marxista-leninistas e afirmou o caráter socialista da revolução cubana.

Mas a revolução cubana também teve as suas vítimas internas. Vários destacados guerrilheiros acabaram presos, exilados ou morreram de forma enigmática. Aníbal Escalante (fundador do Partido Comunista de Cuba e integrante do governo) foi mandado para o exilo e, em um segundo julgamento, condenado a 15 anos de prisão. O comandante Abel Palomino passou 30 anos de sua vida na prisão de “La Cabana”. Outro comandante, Huber Matos, foi condenado a 20 anos de prisão. O ministro da Reforma Agrária, comandante Sorí-Marin, foi preso e fuzilado. Houve estranhos acidentes, como o misterioso desastre aéreo em que morreu Camilo Cienfuegos, comandante do Exército Rebelde.

Existe, ainda, a polêmica: Che Guevara foi ou não alijado do governo e traído por Fidel? Há evidências que sim e outras que não. O certo é que a presença de Guevara “bipolarizava”, dividia, a liderança carismática da ilha entre ele e Fidel. É certo, também, que as informações que foram dadas ao argentino sobre as condições reais da revolução boliviana foram superdimensionadas, o que o induziu ao erro, fazendo com que caísse numa armadilha que o levou à morte. Quem faz essas acusações é Dariel Alarcón Ramírez, o “comandante Benigno”, ex-chefe e instrutor dos latino-americanos que treinavam em Cuba, um dos cinco que sobreviveram à campanha do Che na Bolívia e exilado na França. O bizarro é que Guevara e Cienfuegos estão enterrados no panteão dos heróis da Revolução Cubana, na catedral de Havana, ao lado dos túmulos de Cristóvão Colombo (?) e de José Martí, este o herói máximo dos cubanos.

O regime de Fidel Castro fuzilou entre 15 mil e 17 mil pessoas, 10 mil só na década de 1960. Entre as últimas vítimas do “paredón” cubano estão Lorenzo Enrique Copeyo Castillo, Bárbaro Leodán Sevilla García e Jorge Luis Martínez Isaac, executados em 2 de abril de 2004.

Em uma entrevista, a filha de Fidel Castro, Alina Fernandez Revuelta, disse: “O grande problema deste país [Cuba] é que várias gerações embarcaram na conquista de um sonho, mas só alcançaram um pesadelo, e não querem reconhecê-lo”.

Tribuna do Norte. Natal, 03 dez. 2016