segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

"Os Golpes dentro do Golpe".

GOLPES DENTRO DO GOLPE
CARLOS CHAGAS LANÇA LIVRO COM BASTIDORES DA DITADURA MILITAR
JORNALISTA CARLOS CHAGAS LANÇA NOVO LIVRO “OS GOLPES DENTRO DO GOLPE”
Publicado: 13 de fevereiro de 2014 às 14:34 - Atualizado às 16:00
ditadura 01O jornalista Carlos Chagas vai lançar no final deste mês o primeiro volume do livro “Os golpes dentro do golpe – 1964-1969”. A publicação retrata o dia a dia de um dos períodos mais trágicos da história do Brasil. Chagas acompanhou todo o processo de instalação do regime militar e os desdobramentos que se seguiram.
De acordo com o próprio autor, houve muitas contradições até a queda da ditadura. “Acompanhei tudo. O impedimento do presidente Costa e Silva, a prisão do vice, Pedro Aleixo, a usurpação do poder pela Junta Militar e a escolha do general Garrastazu Médici para presidente da República”, lembrou o autor.
Ao consultar Roberto Marinho sobre a conveniência de escrever sobre o período para O Globo, Chagas foi autorizado a elaborar uma série de 22 reportagens de página inteira que o Estado de S. Paulo interessou-se em publicar simultaneamente, entre janeiro e fevereiro de 1970. As reportagens valeram o Prêmio Esso de Jornalismo daquele ano ao autor, assim como o primeiro processo movido pelo governo pela Lei de Segurança Nacional.
ditadura presidentes
Presidentes da ditadura a partir da esq., Castelo Branco, Médici, Figueiredo, Costa e Silva e Geisel
Durante os dois volumes do livro, Chaga relembra o que se desenrolou e foi divulgado e expõe episódios que a memória nacional esqueceu como uma série de eventos transcorridos nos bastidores. Entre os mais curiosos diálogos está o do coronel Meira Mattos, comandante das tropas que invadiram o Congresso em novembro de 1966, e o presidente da Câmara, Adaucto Lúcio Cardoso, além de conversas informais do marechal Castello Branco com jornalistas políticos e o atraso proposital de doze horas no relógio do Plenário da Constituinte de 1967 para evitar a edição de uma Constituição que não tinha o capítulo dos Direitos e Garantias Individuais.
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Fonte: Diário do Poder.

    quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

    As mudanças em Cuba.

    Fonte: UOL

    Condomínio fechado vira prêmio para comunistas fiéis em Cuba

    Damien Cave
    Em Havana (Cuba)
       


    Condomínios fechados viram prêmio para comunistas fiéis em Cuba5 fotos

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    O Projeto Granma, em Havana, é um dos vários empreendimentos habitacionais militares que existem em Cuba. Os condomínios são reservados às famílias ligadas aos militares e ao Ministério do Interior. Com seus balcões, ar-condicionado e tinta fresca, os novos apartamentos são os presentes mais públicos do governo para seus funcionários médios e um claro sinal da nova economia híbrida de Cuba, em que o Estado às vezes deve competir com a empresa privada Todd Heisler/The New York Times
    Nos esplêndidos bairros de Havana, antigas mansões estão sendo reformadas com tijolos importados. Os empresários almoçam sushi e dirigem luxuosos Audis. Agora, desejando se igualar, o governo está construindo algo especial para os seus: um empreendimento habitacional chamado Projeto Granma, com centenas de apartamentos confortáveis em um condomínio fechado que terá cinema e suas próprias escolas.
    "Vinte anos atrás ganhávamos um bom salário", disse Roberto Rodríguez, 51, um antigo funcionário do Ministério do Interior que foi o primeiro a mudar-se para o condomínio. "Mas o mundo mudou."
    Cuba está em transição. As reformas econômicas dos últimos anos abalaram a ordem estabelecida de classe e status social, permitindo que os cubanos com pequenas empresas ou acesso a capital estrangeiro chegassem mais alto que muitos comunistas fiéis. Enquanto esses novos caminhos do prestígio se expandem, desafiando o antigo sistema de recompensas pela obediência, o presidente Raúl Castro redobra esforços para promover os fiéis e manter sua lealdade - hoje e depois que os Castro partirem.
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    Fotos mostram o cotidiano dos moradores de Cuba62 fotos

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    28.jan.2013 - Jovens carregam bandeiras de Cuba duranta a tradicional marcha das tochas no 160º aniversário de nascimento do líder da independência cubana, José Martí, em Havana Alejandro Ernesto/EFE
    O Projeto Granma e "cidades militares" semelhantes em todo o país são edifícios de tranquilidade da cor do Caribe, reservados para os mais ardentes defensores da revolução cubana de 1959: famílias ligadas aos militares e ao Ministério do Interior. Com seus balcões, ar-condicionado e tinta fresca, os novos apartamentos são os presentes mais públicos do governo para seus funcionários médios e um claro sinal da nova economia híbrida de Cuba, em que o Estado às vezes deve competir com a empresa privada.
    O conjunto residencial é apenas um exemplo do crescente papel dos militares no plano de Castro para Cuba, e ilustra um conflito central em suas tentativas de abrir a economia sem desmontar a estrutura de poder que ele e seus camaradas construíram em mais de cinco décadas.
    Em curto prazo, analistas e ex-autoridades dizem que ele conta com os militares para aplicar suas reformas e manter a estabilidade enquanto experimenta a liberalização econômica. Mas sua dedicação como antigo soldado que foi ministro da Defesa durante 49 anos ameaça entrincheirar ainda mais uma instituição que muitas vezes diluiu as reformas que contestam sua posição privilegiada.
    "Raúl sabe que a resposta militar não é a resposta, mas também sabe que hoje ele precisa absolutamente da lealdade dos militares", disse Hal Klepak, um estudioso canadense que observa de perto os militares cubanos. "Eles são os únicos que o seguirão se a reforma tiver êxito, ou se ela falhar."
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    Carros em Cuba20 fotos

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    Um velho Oldsmobile transformado em táxi privado passa por rua em Havana em 2001
    Em 19 de dezembro de 2013, o governo cubano autorizou a livre importação de carros ao país, proibida durante meio século Leia mais AFP
    Raúl Castro e seu irmão, Fidel, guerrilheiros históricos, sempre recorreram aos militares em momentos de necessidade. Nos anos 1960 e início dos 70, enquanto a classe profissional de Cuba fugia, oficiais de uniforme dirigiram ministérios do governo e nacionalizaram indústrias. Desde os anos 1990, depois da queda da União Soviética, as forças armadas foram cortadas de cerca de 200 mil para 55 mil, mas também foram mais inseridas na economia cubana.
    Como presidente, Raúl Castro, 82, acelerou o crescimento do que alguns estudiosos descreveram como uma oligarquia militar. O presidente da Comissão de Política Econômica, Marino Murillo, é um ex-oficial. O maior conglomerado estatal cubano, Cimex, que processa aproximadamente US$ 1 bilhão de remessas de dinheiro de cubanos no exterior, entre outras tarefas, é dirigido pelo coronel Héctor Oroza Busutin. O genro de Raúl Castro, general Luis Alberto Rodríguez, é o principal executivo da companhia holding militar conhecida como Gaesa, que controlaria de 20% a 40% da economia cubana.
    E seu papel está se expandindo. Em 2011, uma filial financeira da empresa comprou a participação de 27% da Telecom Italia na companhia de telecomunicações cubana, por US$ 706 milhões. A Gaesa também tem uma rede de centenas de lojas de varejo que vendem de alimentos a eletrodomésticos. É também uma força em expansão no turismo, controlando frotas de ônibus de luxo, uma pequena companhia aérea e uma lista crescente de hotéis. E uma de suas subsidiárias supervisiona a zona de livre comércio construída junto ao maior projeto de infraestrutura cubano das últimas décadas - o novo porto de contêineres em Mariel.
    Os interesses dos militares concedem os privilégios dos negócios a alguns escolhidos, especialmente oficiais graduados.
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    Enterro de mentira é tradição em cidade cubana9 fotos

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    Em foto de 5 de fevereiro, o cubano Divaldo Aguiar, que interpreta o "morto" Pachencho, bebe rum jogado em sua boca por moradores do vilarejo Santiago de Las Vegas, durante o Enterro de Pachencho, encenação de funeral que se tornou tradição na pequena cidade próxima a Havana Franklin Reyes/AP
    "Eles vivem melhor que quase todo mundo em Cuba", disse Brian Latell, um ex-oficial da CIA que trabalhou em Cuba.
    Mas nas fileiras médias e baixas, segundo especialistas, a estima e a riqueza relativa se desgastaram. Os oficiais de carreira em Cuba hoje geralmente têm amigos ou parentes que vivem no exterior ou que visitam Miami e muitas vezes lhes trazem telefones ou roupas que não existem nas lojas emboloradas do Estado.
    Enquanto isso, os militares devem relatar todas as remessas que recebem e não podem ter qualquer "contato não autorizado" com estrangeiros ou cubanos que vivem no exterior - limitando o acesso ao dinheiro que outros cubanos usam não apenas para compras, mas também para melhorar suas casas e abrir pequenas empresas.
    "Isso está causando um êxodo de pessoas talentosas do Estado para o setor privado", disse Jorge Dámaso, 75, um coronel aposentado e autor de um blog que muitas vezes critica o governo. "A maioria dos militares viu sua qualidade de vida cair, comparada com a de um garçom ou alguém que tem uma pequena empresa. Eles podem ver que estão em desvantagem."
    As novas moradias, uma necessidade básica com oferta extremamente baixa em toda a ilha, parecem para muitos cubanos mais uma tentativa de favoritismo. Segundo números do governo, o orçamento para construção dos militares mais que dobrou desde 2010. Quando combinadas com o Ministério do Interior (muitas vezes descrito como uma filial dos militares), as forças armadas hoje são a segunda entidade de construção do país.
    O Projeto Granma - que leva o nome do barco que Fidel Castro pegou no México para iniciar a revolução cubana - é um dos vários empreendimentos habitacionais militares que existem no país. Seu equivalente em Santiago de Cuba, onde começou a revolução de Castro, foi criticado por cubanos que vivem em dificuldades em casas destroçadas pelo furacão Sandy. Mas, como uma tentativa de igualar-se ao setor privado ou à vida em outros países, talvez não seja por acaso que as cores e a arquitetura do Projeto Granma, no mesmo bairro que Raúl Castro chama de lar, dão a sensação de um condomínio na Flórida.
    No cabo de guerra que definiu as políticas econômicas de Cuba nos últimos dois anos, o governo muitas vezes hesitou sobre quando deixar o mercado funcionar e quando proteger a estrutura comunista. As autoridades cubanas, por exemplo, embarcaram recentemente em uma repressão aos vendedores particulares de roupas e outros artigos, uma campanha amplamente considerada uma tentativa de beneficiar a rede de lojas estatais.
    Dámaso, que esteve 32 anos nos militares, disse que os líderes do país, enquanto desejam uma melhora econômica, querem principalmente preservar a Cuba que conhecem.
    "Se você tem uma empresa dirigida por militares, quando houver uma transição você não vai se livrar de toda essa gente", diz ele. "Essa é uma maneira de preservar um espaço para os poderes estabelecidos em uma futura sociedade cubana."
    Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves 
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    Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba11 fotos

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    Fidel Castro (à esquerda), ex-líder cubano, participou da abertura Assembleia Nacional ao lado de seu irmão, o presidente Raúl Castro (centro), e do primeiro vice-presidente da ilha, José Ramón Machado Ventura (à direita), neste domingo (24), em Havana. Como a reeleição de Raúl é dada como certa, a imprensa internacional especula quem vai ocupar o cargo de Ventura, um dirigente histórico em Cuba Leia mais Marcelino Vazquez/AIN Foto/Reuters

    sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

    Militar da reserva admite farsa no Caso Rubens Paiva.

    Em depoimento, militar da reserva admite farsa no Caso Rubens Paiva

    Reportagem publicada no site do jornal O Globo nesta quinta-feira revela o depoimento de um militar da reserva sobre o caso do ex-deputadoRubens Beirodt Paiva, desaparecido no dia 20 de janeiro de 1971, depois de ser levado para a carceragem do Destacamento de Operações de Informações do 1º Exército (DOI-I), no Rio de Janeiro.

    Acesse o site especial com todas as matérias sobre o caso

    Segundo o general reformado Raimundo Ronaldo Campos revelou no decorrer das investigações da Comissão da Verdade, realizadas no fim do ano passado, o Exército montou uma farsa ao sustentar, na época, que Paiva foi resgatado por seus companheiros “terroristas” ao ser transportado por agentes do DOI no Alto da Boa Vista, para fazer um reconhecimento.

    Ronaldo, que era capitão, foi apontado na ocasião como o condutor do veículo, na companhia dos sargentos e irmãos Jacy e Jurandir Ochsendorf (os três serviram na unidade).
    Até então, duas provas indicavam que Paiva dera entrada no DOI, depois de ser preso em casa, no Leblon, por uma guarnição da Aeronáutica: o depoimento de Amilcar Lobo, ex-tenente que teria tentado socorrer o ex-deputado, e um ofício encontrado na casa de um ex-comandante do DOI-I, coronel Molinas Dias.

    A acusação que pesava sobre o ex-deputado era manter correspondência com exilados brasileiros no Chile.