sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Aos 50 anos do Golpe, livros sobre a ditadura são aposta para 2014 

Reedição dos livros de Elio Gaspari sobre o regime militar começam a sair em fevereiro, pela Intrínseca

Leonardo Cazes 
Maurício Meireles


Passeata dos Cem Mil no Rio de Janeiro, em 1968, contra a ditadura: edições vão lembrar, sob diversos aspectos, a época do regime militar no Brasil
Foto: Arquivo Passeata dos Cem Mil no Rio de Janeiro, em 1968, contra a ditadura: edições vão lembrar, sob diversos aspectos, a época do regime militar no Brasil Arquivo
RIO - No ano em que se completam cinco décadas do golpe que instituiu o regime militar no Brasil, o assunto será tema de diversos lançamentos do mercado editorial. Entre as novidades, o carro-chefe promete ser uma reedição: os quatro livros do jornalista Elio Gaspari A ditadura envergonhada (2002), A ditadura escancarada (2002), A ditadura derrotada (2003) e A ditadura encurralada (2004) estreiam em nova casa, a Intrínseca. Com lançamento previsto para meados de fevereiro, as obras foram revistas e atualizadas e ganharão caprichadas edições em e-book, com fac-símiles de documentos citados, fotos, vídeos e áudios.

Outros três livros procuram repassar as duas décadas de regime militar. Em 1964: O golpe que derrubou um presidente e instituiu a ditadura no Brasil (Civilização Brasileira), Jorge Ferreira e Ângela de Castro Gomes, professores da Universidade Federal Fluminense (UFF), traçam um panorama do regime civil-militar e destacam personagens e momentos que marcaram o período.

Em Ditadura e democracia no Brasil: do golpe de 1964 à Constituição de 1988 (Zahar), Daniel Aarão Reis, também professor da UFF, propõe uma nova leitura do regime, especialmente da relação entre a sociedade civil e os militares. As duas obras estão previstas para fevereiro. Já o historiador Marco Antônio Villa publica Ditadura à brasileira (LeYa), em que apresenta as peculiaridades do regime e os aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais de cada um dos cinco governos militares.

Na seara do comportamento, O verão do golpe (Maquinária Editora), do jornalista Roberto Sander, lançado este mês, recupera o cenário social e cultural da temporada que antecedeu a derrubada do presidente João Goulart, na primavera de 1964. Na mesma linha, a Companhia das Letras publica, da jornalista Ana Maria Bahiana, Almanaque 1964, que faz um balanço do clima cultural e político naquele ano.


O ano de 2014 também marca outra efeméride: os 100 anos do início da Primeira Guerra Mundial. A Rocco garantiu os direitos de publicação de Adieu à lEurope (Adeus à Europa), de Olivier Compagnon. O autor fez um estudo sobre como o conflito no Velho Continente afetou os países latino-americanos, entre eles o Brasil e a Argentina, fazendo aflorar questões identitárias e provocando uma reformulação do próprio nacionalismo. Pelo selo Alfaguara, sairá O bom soldado Svejk, de Jaroslav Hasek, romance de 1923 que é editado no Brasil pela primeira vez na íntegra e com tradução direta do tcheco. A obra é baseada, em partes, na própria experiência de Hasek, e expõe a máquina da guerra através do riso.
Fonte: O Globo.