quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Centenas de pessoas prestigiam lançamento de fotobiografia de Djalma Maranhão

Crédito da Foto: João Gilberto

O lançamento da fotobiografia sobre Djalma Maranhão reuniu centenas de pessoas na noite desta quinta-feira (8), na Assembleia Legislativa. O livro, que foi viabilizado em comemoração aos 100 anos do ex-deputado estadual, federal e ex-prefeito de Natal. Deputados, familiares e os organizadores da fotobiografia enalteceram a história e o legado de Djalma Maranhão.

"Djalma Maranhão foi um dos maiores políticos do Rio Grande do Norte, com atuação destacada e revolucionária nas áreas de cultura e educação. Teve uma visão muito à frente de seu tempo e deixou lições para várias gerações. Essa fotobiografia dará a oportunidade para que sua obra seja conhecida por ainda mais pessoas", disse o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PSDB).

Reunindo mais de 260 imagens, a fotobiografia retrata diversos momentos da vida de Djalma Maranhão, desde fatos pessoais até momentos históricos em sua atuação política. O acervo estava com familiares e também com Roberto Furtado, que conviveu com o ex-prefeito de Natal. Furtado, inclusive, foi o responsável por impedir que vários registros fossem confiscados no período da ditadura militar, quando Djalma Maranhão foi preso e exilado para o Uruguai.

"Foram mais de mil imagens a que tivemos acesso e usamos essas 260 para fazer parte da fotobiografia, retratando todos os momentos. Contamos com o apoio importando de Roberto Furtado, que conviveu com Djalma, e de seus familiares, especialmente Haroldo Maranhão. O livro é parte de um trabalho em conjunto que tivemos o prazer de participar", disse Adriano de sousa, que foi organizador da fotobiografia ao lado de Giovanni Sérgio Rêgo.

O deputado Fernando Mineiro (PT), que foi o responsável por indicar emenda parlamentar para financiar a produção dos mil exemplares, acredita que a fotobiografia é um marco histórico. Mineiro explicou que a exposição fotográfica que estava no Salão Nobre da Assembleia percorrerá Natal e será levada também para o Rio de Janeiro, na escola que leva o nome do ex-prefeito de Natal.

"Foi um esforço conjunto para viabilizarmos essa obra, que só pôde ser finalizada e lançada neste ano. Estamos muito satisfeitos", disse o deputado.

Também presente ao lançamento, a Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB/RN) teve participação na elaboração do livro. O advogado Djamiro Acipreste, da comissão de Direitos Humanos da OAB/RN, discursou representando a classe e relatou o dia em que ele teve conhecimento sobre a obra de Djalma Maranhão, quando estava em Cuba e um idoso do país disse que esteve em Natal para conhecer a "revolução na educação" realizada pelo então prefeito.

"Tive que ir para Cuba para conhecer a obra de uma pessoa de Natal, que foi uma verdadeira revolução, mas sem armas. Djalma Maranhão é passado, é presente e também é o futuro. Que os jovens da nossa terra não precisem sair de Natal para saber pelo que lutar", desejou o representante da OAB.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Faleceu Sinfrônio Gonçalves um dos ícones da política em Catolé do Rocha


Catolé do Rocha perdeu um dos grandes personagens de sua história política neste domingo dia 04 de dezembro, Sinfrônio Gonçalves um dos ícones da antiga oposição catoleense faleceu aos 87 anos, e deixa um legado de realizações e uma descendência de vários filhos, netos, bisnetos e uma história de dedicação aos catoleenses.

Sinfrônio Gonçalves que é de tradicional família catoleense, foi vereador por vários mandatos, chegando a exercer a presidência da Casa de Clécio Barreto, e prefeito, onde em pouco tempo deixou uma boa marca de administrador.
Em 2008, Sinfrônio Gonçalves encerrou sua carreira política, deixando em seu lugar o filho Cláudio de Oliveira Costa ou simplesmente (Cláudio de Sinfrônio).

Sinfrônio Gonçalves participou em épocas passadas, de várias campanhas acirradas e históricas no auge da antiga oposição catoleense onde ficou marcada a famosa frase “ Catolé desassombrada”.
O corpo de Sinfônio Gonçalves está sendo velado na Câmara Municipal de Catolé do Rocha.

Domício Filho
Fonte: Riacho notícias -  Danilo Almeida - 04/12/2016 20h58m
A revolução sem ternura


Tomislav R. Femenick - Historiador

No final dos anos cinquenta do século passado, o mundo vivia o período da guerra fria ao mesmo tempo em que as ideias liberais e democráticas afloravam no mundo ocidental. Na França, um referendo popular aprovou a Constituição da V República, logo revisada para permitir a independência das antigas colônias. Na Inglaterra também se iniciou uma política de descolonização. 

No inicio da década seguinte, Kennedy foi eleito presidente dos Estados Unidos e Kubitschek presidente do Brasil. Foi nesse clima de boa vontade, que eclodiu a revolução que derrubou o frágil e corrupto governo do ditador cubano Fulgencio Batista e levou o “comandante” Fidel Castro ao poder, em 1959.

A luta revolucionária começou sua vitória no verão de 1958, quando Fidel se firmou em Sierra Mestra, seu irmão Raul em Sierra Del Cristal e Che Guevara e Camilo Cienfuegos nas montanhas de Escambray. No dia primeiro de janeiro de 1959 Guevara e Cienfuegos ocuparam Havana. Fidel chegou à capital oito dias depois, quando formou um governo integrado por todos os que faziam oposição ao ditador Batista, assumindo o poder como um nacionalista, liberal e socialdemocrata. De sua plataforma constava a realização de eleições livres e a restauração da Constituição.

O famoso historiador comunista inglês Eric Hobsbawn, faz duas afirmações que devem ser levadas em conta. A vitória do exército rebelde foi genuinamente apoiada pela maioria dos cubanos como um momento de libertação e de infinitas promessas. No período de luta revolucionária, “nem Fidel Castro, nem qualquer de seus camaradas eram comunistas [...] e o Partido Comunista Cubano era notadamente não simpático a Fidel”. Entretanto, logo após a tomada do poder os revoltosos deram mostra da sua radicalização, quando o processo revolucionário extrapolou para o fuzilamento dos seus inimigos (reais ou pretensos), que eram julgados sem defesa e sumariamente fuzilados. As cenas de fuzilamento, em pleno campo de esportes de Havana, eram transmitidas pela televisão. Calcula-se que 400.000 pessoas foram detidas como prisioneiros políticos. Só em dezembro de 1961 Fidel Castro se proclamou marxista-leninistas e afirmou o caráter socialista da revolução cubana.

Mas a revolução cubana também teve as suas vítimas internas. Vários destacados guerrilheiros acabaram presos, exilados ou morreram de forma enigmática. Aníbal Escalante (fundador do Partido Comunista de Cuba e integrante do governo) foi mandado para o exilo e, em um segundo julgamento, condenado a 15 anos de prisão. O comandante Abel Palomino passou 30 anos de sua vida na prisão de “La Cabana”. Outro comandante, Huber Matos, foi condenado a 20 anos de prisão. O ministro da Reforma Agrária, comandante Sorí-Marin, foi preso e fuzilado. Houve estranhos acidentes, como o misterioso desastre aéreo em que morreu Camilo Cienfuegos, comandante do Exército Rebelde.

Existe, ainda, a polêmica: Che Guevara foi ou não alijado do governo e traído por Fidel? Há evidências que sim e outras que não. O certo é que a presença de Guevara “bipolarizava”, dividia, a liderança carismática da ilha entre ele e Fidel. É certo, também, que as informações que foram dadas ao argentino sobre as condições reais da revolução boliviana foram superdimensionadas, o que o induziu ao erro, fazendo com que caísse numa armadilha que o levou à morte. Quem faz essas acusações é Dariel Alarcón Ramírez, o “comandante Benigno”, ex-chefe e instrutor dos latino-americanos que treinavam em Cuba, um dos cinco que sobreviveram à campanha do Che na Bolívia e exilado na França. O bizarro é que Guevara e Cienfuegos estão enterrados no panteão dos heróis da Revolução Cubana, na catedral de Havana, ao lado dos túmulos de Cristóvão Colombo (?) e de José Martí, este o herói máximo dos cubanos.

O regime de Fidel Castro fuzilou entre 15 mil e 17 mil pessoas, 10 mil só na década de 1960. Entre as últimas vítimas do “paredón” cubano estão Lorenzo Enrique Copeyo Castillo, Bárbaro Leodán Sevilla García e Jorge Luis Martínez Isaac, executados em 2 de abril de 2004.

Em uma entrevista, a filha de Fidel Castro, Alina Fernandez Revuelta, disse: “O grande problema deste país [Cuba] é que várias gerações embarcaram na conquista de um sonho, mas só alcançaram um pesadelo, e não querem reconhecê-lo”.

Tribuna do Norte. Natal, 03 dez. 2016

sábado, 26 de novembro de 2016

AMÉRICA LATINA

Morte de Fidel Castro repercute pelo mundo

Quer aliados ou opositores, líderes políticos internacionais registram morte do líder socialista cubano como grande virada de página na história do século 20. Obama diz que a história julgará "essa figura singular".
Fidel Castro discursa na Praça da Revolução de Havana no Dia do Trabalho, em 2006
Castro discursa na Praça da Revolução de Havana no Dia do Trabalho, em 2006
Logo em seguida ao anúncio da morte do líder cubano Fidel Castro, aos 90 anos, chefes de governo e de Estado de todo o mundo se apressaram em apresentar suas mensagens de condolências neste sábado (26/11).
Em comunicado, o presidente da França, François Hollande, observou que Castro encarnava tanto as "esperanças" como as "decepções" da Revolução Cubana.
"Como protagonista da Guerra Fria [...] ele representava para os cubanos o orgulho de rejeitar a dominação externa", disse, referindo-se à decisão do revolucionário, no início da década de 1960, de distanciar seu país dos Estados Unidos. Esse afastamento foi mantido até 2015, mesmo depois de a presidência cubana ser assumida, em 2008, pelo irmão mais novo de Fidel, Raúl Castro.
Photo published for François Hollande : Castro a « incarné la révolution cubaine »
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que a história "registrará e julgará o imenso impacto" da "figura singular" que foi Fidel Castro. O presidente acrescentou que a Casa Branca estende a "mão da amizade" ao povo cubano depois da morte de Fidel e lembrou que, como presidente, "trabalhou arduamente" para abrir um novo capítulo nas relações entre os Estados Unidos e Cuba.
Como observou o ministro italiano do Exterior, Paolo Gentiloni, na rede social Twitter, a morte de Castro marca "a virada de uma das grandes e trágicas páginas da história do último século". O presidente da China, Xi Jinping, limitou-se a declarar que "o camarada Castro viverá para sempre".
Havana decretou nove dias de luto nacional por seu antigo presidente, que será cremado já neste sábado. As cinzas serão enterradas na cidade de Santiago, no sul, após quatro dias de procissão através do país.
Rússia e Castro: velhos camaradas
O chefe de Estado russo, Vladimir Putin, louvou o histórico líder: "O nome desse destacado homem de Estado é corretamente considerado o símbolo de uma era na história do mundo moderno [...] Fidel Castro era um amigo sincero e confiável da Rússia."
Por sua vez, o primeiro-ministro Dimitri Medvedev tuitou uma foto sua ao lado do líder cubano, comentando que este tinha "um interesse pronunciado nos eventos do mundo e da Rússia".
We last spoke on the phone in August. Fidel Castro had a keen interest in the events in the world and in Russia
As relações entre a república insular caribenha e a extinta União Soviética se aprofundaram no fim da década de 50 e início da de 60, devido ao impasse entre Havana e Washington. Para diversos analistas, essa foi a época em que o mundo esteve mais perto de uma guerra nuclear.
O ex-líder soviético Mikhail Gorbatchov afirmou que Castro deixou um legado significativo para Cuba. "Fidel se levantou e fortaleceu seu país durante o mais duro bloqueio americano, quando a pressão sobre ele era colossal. E ele ainda conduziu sua nação para fora desse bloqueio, a caminho do progresso independente." Por isso, Castro será recordado como um "político proeminente", que teve a capacidade de "deixar uma marca profunda na história da humanidade", concluiu Gorbatchov.
Amigos e admiradores em diversos continentes
O presidente Michel Temer disse que Fidel Castro foi um líder de convicções. "Ele marcou a segunda metade do século 20 com a defesa firme das ideias em que acreditava".
 
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Uma breve história do líder da Revolução Cubana

Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou como "a perda de um irmão mais velho" a morte de Castro, que para ele foi "o maior de todos os latino-americanos".
"Para os povos de nosso continente e os trabalhadores dos países mais pobres, especialmente para os homens e mulheres da minha geração, Fidel foi sempre uma voz de luta e esperança", escreveu Lula no Twitter. Sobre o ex-metalúrgico, Castro declarara, certa vez: "Tem alma de campeão, admiro a sua perseverança. É o otimismo e a esperança da região."
Também aliado próximo do regime cubano, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pronunciou palavras combativas na estação de TV Telesur: "Vamos continuar vencendo e continuar lutando. Fidel Castro é um exemplo da luta por todas as pessoas do mundo. Vamos seguir adiante com esse legado." O antecessor de Maduro, Hugo Chávez, é citado como "filho espiritual" de Fidel
 

Uma breve história do líder da Revolução Cubana

Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou como "a perda de um irmão mais velho" a morte de Castro, que para ele foi "o maior de todos os latino-americanos".
"Para os povos de nosso continente e os trabalhadores dos países mais pobres, especialmente para os homens e mulheres da minha geração, Fidel foi sempre uma voz de luta e esperança", escreveu Lula no Twitter. Sobre o ex-metalúrgico, Castro declarara, certa vez: "Tem alma de campeão, admiro a sua perseverança. É o otimismo e a esperança da região.
Igualmente aliada de Cuba na era socialista, a Índia registrou pesar pela morte do líder latino-americano, com o presidente Pranab Mukherjee prestando "condolências comovidas pelo triste falecimento do líder revolucionário cubano, antigo presidente e amigo da Índia".
Em Bruxelas, a chefe da política externa da União Europeia, Federica Mogherini, rendeu homenagem ao "homem decidido e figura histórica", frisando: "Ele morre em tempos de grandes desafios e incertezas. E de grandes mudanças em seu país." Agora, a UE deseja cooperar mais estreitamente com Cuba, acrescentou a política italiana.
Membros da comunidade cubana em Miami celebram morte de líder odiado Fidel Castro
Membros da comunidade cubana em Miami celebram morte de líder odiado
Cuban-americans festejam
Depois que Fidel Castro assumiu o governo, em 1959, muitos cidadãos fugiram da ilha, estabelecendo-se nos Estados Unidos, sobretudo em Miami e Nova Jersey.
Em grande parte, esses exilados eram adeptos do presidente Fulgencio Batista, deposto pela revolução castrista; outros consideravam a política do socialista excessivamente opressiva. No fim de 2014, Cuba e Estados Unidos anunciaram a retomada e normalização de suas relações bilaterais, após 54 anos.
Na cidade de Miami, milhares de imigrantes cubanos, de diferentes gerações, comemoraram neste sábado a notícia da morte do ex-presidente. "Estamos todos celebrando, isso é como um carnaval", comentou o cuban-american Jay Fernandez, de 72 anos à agência de notícias AP. "Satã, Fidel agora é teu, dá a ele o que ele merece, não deixa ele descansar em paz!"
A notícia da morte do revolucionário caribenho polarizou a imprensa dos EUA. Para o New York Times, ele foi alguém que "demonizou 11 presidentes americanos e por um breve tempo propeliu o mundo até a beira da guerra nuclear".

Fidel Castro was seen as a ruthless despot by some and hailed as a revolutionary hero by others.

Apesar disso, Castro "se tornou uma figura internacional de destaque, cuja importância no século 20 excedeu de longe o que se poderia esperar do chefe de Estado de uma ilha caribenha com 11 milhões de habitantes", completou o diário nova-iorquino.
Washington Post, por sua vez, relembrou o estadista revolucionário como "um fanal espiritual da extrema esquerda mundial", enquanto "seus detratores o viam como um líder repressivo, que transformou Cuba num Gulag de fato".
AV/afp/ap/efe/lusa/dpa/abr

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Fidel Castro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: "Fidel" redireciona para este artigo. Para o instrumento musical, veja Fidel (instrumento musical).
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Este artigo é sobre uma pessoa que morreu recentemente.
Algumas informações relativas às circunstâncias da morte podem mudar a qualquer instante.
Editado pela última vez em 26 de novembro de 2016.
Fidel Castro
Chegada de Fidel Castro a Washington, DC em 15 de abril de 1959.
15º Presidente de Cuba Cuba
Período2 de dezembro de 1976
24 de fevereiro de 2008[1]
Antecessor(a)Osvaldo Dorticós Torrado
Sucessor(a)Raúl Castro
Primeiro-ministro de Cuba Cuba
Período16 de fevereiro de 1959
2 de dezembro de 1976
Antecessor(a)José Miró Cardona
Sucessor(a)Raúl Castro
Primeiro-Secretário do Partido Comunista de Cuba
Período3 de outubro de 1965
19 de abril de 2011
Vida
Nascimento13 de agosto de 1926
Birán (Holguín)
Morte25 de novembro de 2016 (90 anos)[2]
HavanaCuba[2]
Dados pessoais
CônjugeMirta Diaz-Balart (1948–1955)
Dalia Soto del Valle (1980–presente)
PartidoPartido Comunista
ProfissãoAdvogado
AssinaturaAssinatura de Fidel Castro
Fidel Alejandro Castro Ruz (Speaker Icon.svg audio) (Birán13 de agosto de 1926  — Havana25 de novembro de 2016[2]) foi um revolucionário cubano, principal líder da Revolução Cubana (1953-1959), primeiro-ministro de Cuba (1959-1976) e primeiro presidente do Conselho de Estado da República de Cuba (1976-2008). Até 2006 foi primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba.[3] Castro morreu em Havana na noite de 25 de novembro de 2016, aos 90 anos.[2]
Ele nunca foi eleito através de eleições diretas, não permitiu a criação de partidos de oposição, nem liberdade de imprensa – Cuba é considerado um dos países com menor liberdade de imprensa do mundo – durante o período em que esteve como líder do regime ditatorial cubano.[4][5] Seu governo foi e continua sendo amplamente criticado pela comunidade internacional por violações aos direitos humanos.[6][7][8]
Apesar das controvérsias, foi durante o governo de Castro que Cuba alcançou índices elevados de desenvolvimento humano e social, como a menor taxa de mortalidade infantil das Américas[9], erradicação do analfabetismo[10] e da desnutrição infantil[11], tratamento gratuito de mais de 124 mil vítimas do acidente nuclear de Chernobil[12], participação direta na luta pelo fim do Apartheid na África do Sul[13], treinamento de médicos do Timor-Leste[14], entre outros.
Líder e secretário-geral do partido desde sua fundação, em 1965, em 19 de abril de 2011, Fidel, que já havia entregue o cargo de presidente em 2006, foi substituído como secretário-geral do Partido Comunista Cubano por seu irmão, Raúl Castro, retirando-se oficialmente da vida política do país.[15][16] Ganhou o Prêmio Olivo da Paz do Conselho Mundial da Paz em 2011 pela coexistência pacífica entre as nações e por ser uma personalidade que contribuiu para o desarmamento.[17]

Biografia

Infância e estudos

Castro nasceu fora do casamento na fazenda de seu pai em 13 de agosto de 1926.[18] Seu pai, Ángel Castro y Argiz, foi um migrante de Cuba a partir da Galizanoroeste da Espanha.[19] Ele tinha se tornado um bem sucedido produtor de cana-de-açúcar na fazenda de Las Manacas, em BiránProvíncia do Oriente,[20] e depois do colapso do seu primeiro casamento, ele tomou sua serva doméstica, Lina Ruz González, como sua amante e mais tarde sua segunda esposa; juntos eles tiveram sete filhos, entre eles Fidel.[21] Com 6 anos de idade, Castro foi enviado para viver com seu professor, em Santiago de Cuba,[22] antes de ser batizado na Igreja Católica Romana aos 8 anos.[23] Ser batizado habilitou Fidel a estudar no colégio La Salle, em Santiago, onde regularmente se comportava mal, e por isso foi enviado ao financiamento privado, a escola jesuíta Dolores, em Santiago.[24] Em 1945 transferiu-se para o colégio jesuíta mais prestigiado, El Colegio de Belén, em Havana.[25] Embora ele tivesse um interesse em história, geografia e debatido em Belén, ele não se destacou academicamente, em vez disso dedicou boa parte de seu tempo a praticar esportes.[26]
Em 1945, Castro começou a estudar Direito na Universidade de Havana.[27] Admitindo que ele era "politicamente analfabeto", se envolveu em ativismo estudantil,[28] e a violenta cultura gangsterista dentro da universidade.[29] Apaixonado por anti-imperialismo e opondo-se a intervenção dos Estados Unidos no Caribe,[30] ele, sem sucesso, fez campanha para a presidência da Federação de Estudantes Universitários (Federación Estudiantíl Universitaria - FEU) com uma plataforma de "honestidade, decência e justiça".[31] Tornou-se crítico da corrupção e violência do governo do presidente Ramón Grau, com um discurso público sobre o assunto em novembro de 1946, que lhe valeu um lugar na primeira página de vários jornais.[32]
Em 1947, Castro entrou para o Partido Socialista do Povo Cubano (Partido Ortodoxo), fundado pelo político veterano Eduardo Chibás. Uma figura carismática, Chibás defendeu a justiça social, o governo honesto, e liberdade política, enquanto que o seu partido estava exposto a corrupção e exigia reformas. Apesar de Chibás perder a eleição, Castro permaneceu empenhado em trabalhar em seu nome.[33] A violência estudantil em Grau logo se intensificou empregando líderes de gangues como policiais, e Castro logo recebeu uma ameaça de morte instando-o a deixar a universidade; recusando-se, começou a carregar uma arma e a cercar-se de amigos armados.[34] Nos anos posteriores dissidentes anti-Castro o acusaram de cometer assassinatos relacionados com gangues na época, mas isto permanecem sem comprovação.[35]

Início da carreira política

Fidel Castro preso em 1953 após o assalto ao Quartel Moncada.
Bandeira do Movimento 26 de Julhocriado em 1955 por um grupo de nacionalistas cubanos entre os quais Fidel Castro.
Depois de graduado, dedicou-se de modo especial à defesa dos opositores ao governo, trabalhadores e sindicatos, denunciou as corrupções e atos ilegais do governo de Carlos Prío através do diário Alerta e das emissoras Radio Álvarez e COCO e se vinculou estreitamente ao Partido do Povo Cubano (Ortodoxo) que era liderado por Eduardo Chibás, partido pelo qual seria candidato a Representante nas eleições de 1952. O golpe de estado em 10 de março de 1952 por Fulgencio Batista, ao qual Fidel condenou no diário La Palabra e pretendeu levar aos tribunais, o convenceu da necessidade de buscar novas formas de ação para transformar a sociedade cubana.[carece de fontes]
Nos dias que se seguiram ao golpe, imprimiu em mimeógrafo e distribuiu clandestinamente sua denúncia. Uniu-se a jovens que editavam o periódico mimeografado clandestino, Son los Mismos, sugeriu a troca de seu nome pelo de El Acusador e foi coeditor desse novo órgão, onde assinou seus trabalhos apenas com seu segundo nome, Alejandro. Este mesmo pseudônimo utilizaria mais tarde em suas correspondências e mensagens.[carece de fontes]
Daquele grupo sairia o núcleo inicial de jovens que sob seu comando atacariam de assalto ao Quartel Moncada em Santiago de Cuba e de Céspedes, (Bayamo) em 26 de julho de 1953 e fundaria depois o Movimento Revolucionário 26 de Julho (M-26-7).[carece de fontes]

A história me absolverá

Ver artigo principal: A História me Absolverá
No julgamento que se seguiu pelas ações, assumiu sua própria defesa e defendeu o direito dos povos de lutarem contra a tirania. Condenado a quinze anos de prisão, começou a cumprir a pena na prisão de Boniato (Santiago de Cuba) e depois foi transferido ao Presídio Modelo (Isla de Pinos), onde reelaborou sua auto-defesa que levou o nome de A História me Absolverá, e teve sua primeira publicação e distribuição clandestinas em 1954 e desde então foi editada numerosas vezes em Cuba, como em muitos outros países e traduzido nos mais diversos idiomas.[carece de fontes]

Anistia

Após ser anistiado em maio de 1955 graças a um amplo movimento popular, ocorreu uma intensa tarefa periodística de caráter político através do diário La Calle e do semanário Bohemia e em aparições radio-auditivas e televisivas enquanto estruturava o movimento 26 de julho em escala nacional e internacional.[carece de fontes]

Novo exílio no México

Porém, ao começarem a censurar seus artigos e cerrar as vias e meios legais de expressão de suas ideias, decidiu seguir, apenas dois meses depois ao seu exílio no México onde trabalhou na preparação dos homens que o acompanhariam em seu intento de iniciar a luta insurrecional em Cuba, participou em atividades políticas, escreveu o Manifesto número um do Movimento 26 de Julho ao povo de Cuba que circulou clandestinamente na Ilha e firmou, com José Antonio Echeverría, presidente da FEU, o Pacto do México a favor da unidade das forças que se opunham à ditadura de Fulgencio Batista.[carece de fontes]

Preparação da revolução

Raúl Castro e o irmão Fidel na Serra Maestra em 1958.
Em 1955 viajou aos Estados Unidos em busca de apoio dos emigrados cubanos neste país. Pronunciou discursos em Nova York e Miami. Ao fim de novembro de 1956, partiu do porto mexicano de Tuxpan, a bordo do Iate Granma, com várias dezenas de combatentes e em 2 de dezembro desembarcaram na praia Las Coloradas, próxima a Niquero (Oriente), e se abrigaram em Sierra Maestra onde permaneceu por mais de dois anos à frente do Exército Rebelde Cubano, do qual era comandante-em-chefe.[carece de fontes]
Neste ínterim, desenhou e guiou a tática e a estratégia da luta contra a ditadura batistiana, financiada e apoiada pela unidade de ação das forças opositoras revolucionárias. Comandou diversos combates que culminaram em vitórias de suas tropas, orientou a criação de novas frentes guerrilheiras em Oriente e Las Villas, trabalhou na preparação de leis fundamentais que deveriam promulgar-se uma vez alcançada a vitória e divulgou suas ideias nacional e internacionalmente, através de meios improvisados na própria Sierra Maestra como o periódico El Cubano Libre, a emissora Radio Rebelde - ainda atuante - e mediante entrevistas realizadas por periodistas cubanos e estrangeiros.[carece de fontes]

Pós-revolução

Fidel Castro assina o termo de posse como Primeiro Ministro de Cuba em 16 de fevereiro de 1959.
Depois do desmonte do regime ditatorial pela fuga de Batista em 1 de janeiro de 1959, convocou generais para consolidar a vitória da Revolução e marchou até Havana, onde entrou em 8 de janeiro. O Governo revolucionário instaurado o designou primeiramente Comandante em Chefe de todas as forças armadas e depois, em meados de fevereiro, Primeiro Ministro.[carece de fontes]
Fidel Castro visitou, após a vitória, os Estados Unidos.[36] A URSS deu apoio econômico e militar ao novo governo de Castro, comprando a maioria do açúcarcubano. A partir de então, Cuba passou a sofrer um embargo econômico por parte dos Estados Unidos. A este respeito Fidel Castro disse:
Nuestro pueblo heroico ha luchado 44 años desde una pequeña isla del Caribe a pocas millas de la más poderosa potencia imperial que ha conocido la humanidad. Con ello ha escrito una página sin precedentes en la historia. Nunca el mundo vio tan desigual lucha.
Discurso de 1 de maio de 2003, em Havana.
Nosso povo heróico lutou 44 anos desde uma pequena ilha do Caribe, a poucas milhas da mais poderosa potência imperial que a humanidade já conheceu. Com ele escreveu uma página sem precedentes na história. Nunca o mundo viu uma luta tão desigual.
Che Guevara e Fidel fotografados por Alberto Korda em 1961
Imediatamente começou a impulsionar a criação de um novo aparato estatal, escreveu leis a favor dos setores mais desfavorecidos, entre essas leis encontra-se a lei de Reforma Agrária, que firmou ainda em Sierra Maestra em 17 de maio. Também fundou órgãos de novo tipo como o Instituto Nacional de Reforma Agrária (INRA, do qual foi seu primeiro presidente) e instituições culturais como a Imprensa Nacional de Cuba e o Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC). O anúncio de sua renúncia ao cargo de primeiro-ministro em meados de julho de 1959 pelos obstáculos colocados pelo presidente Manuel Urrutia às leis e medidas revolucionárias, motivou uma massiva exigência popular para que se reincorporasse ao mesmo e forçou a renúncia do presidente.[carece de fontes]
Em 26 de julho retomou o cargo. A partir de então pode levar adiante, desde os primeiros anos posteriores ao triunfo da Revolução, medidas e atividades de grande envergadura para o desenvolvimento ulterior do pais em todas as ordens, como a nacionalização de empresas estrangeiras, a Reforma Urbana, o desenvolvimento da indústria nacional e a diversificação agrícola, a campanha de alfabetização, a nacionalização e gratuitidade do ensino em todos os níveis, a eliminação da saúde pública privada e do desporte profissional, a melhoria das condições de vida dos setores mais populares, o estabelecimento de vínculos com nações de todo o mundo e todos os sistemas sociais de governo, a incorporação de Cuba ao Movimento de Países Não Alinhados, a definição de uma política exterior independente, e a declaração do caráter socialista da revolução em abril de 1961.[carece de fontes]
Conseguiu, ademais, a unidade das forças revolucionárias e anti-imperialistas do país em organizações massivas como a Associação de Jovens Rebeldes (ARJ), os Comitês de Defesa da Revolução (CDR), as Milícias Nacionais Revolucionárias (MRN), a União de Pioneiros de Cuba (UCP), a Federação de Mulheres Cubanas (FMC) e outras de caráter mais seletivo e político. Escreveu textos fundamentais da história contemporânea de Cuba e da América Latina como os da Primeira (1960) e Segunda (1962) Declaração de Havana. Em abril de 1961 dirigiu pessoalmente as tropas que derrotaram a invasão mercenária em Playa Girón, financiada e organizada pelos Estados Unidos.[carece de fontes]
Fidel Castro discursando em Havana, 1978, imagem por Marcelo Montecino.
Sua intervenção em uma reunião com escritores e artistas na Biblioteca Nacional José Martí em junho de 1961, publicada depois sob o título Palavras aos Intelectuais, definiu aspectos da política cultural da Revolução ainda vigentes e facilitou a realização, em agosto deste mesmo ano, do Primeiro Congresso Nacional de Escritores e Artistas de Cuba.[carece de fontes] Foi membro do conselho de direção de Cuba Socialista (1961-1967). Desde outubro de 1965, quando o PURCS tomou o nome de Partido Comunista de Cuba, (PCC), têm sido membro de seu Comitê Central e seu Primeiro Ministro.[carece de fontes]
Assim mesmo, ao constituir-se a Assembleia Nacional do Poder Popular em 1977, esta o elegeu Presidente dos Conselhos de Estado e Ministros, cargos nos quais tem sido ratificado desde então. Por suas responsabilidades a frente do PCC, o Estado e o Governo cubanos tem sido o principal orientador e impulsor das estratégias de desenvolvimento do país em todos os sentidos, assim como o arquiteto da política internacional da Revolução Cubana.[carece de fontes]

Relações mundiais

Fidel Castro na Assembleia Geral da ONU, em 22 de setembro de 1960.
A partir de 1959 tem viajado a uma infinidade de países da América LatinaEuropaÁfricaAmérica do Norte, para representar Cuba em congressos e conferências dos mais diversos tipos e organizações, assim como em outras atividades oficiais e visitas amistosas. Em 1959 foi ao Brasil, onde foi recebido pelo presidente Juscelino Kubitschek. Anteriormente já havia se encontrado com o deputado Jânio Quadros (que depois viria a ser presidente do Brasil).[carece de fontes]
Em 2012, o jornal alemão Die Welt noticiou que, no contexto na Crise dos Mísseis de Cuba, diante dos riscos de uma possível invasão à ilha, Fidel Castro teria contratado antigos soldados nazis das SS para treinar os militares cubanos. A partir da repercussão da matéria, o Jornal de Noticias informa que os serviços secretos alemães teriam como certa a presença em Cuba de pelo menos dois dos quatro membros das SS convidados pelo regime de Fidel Castro, que teriam ido para Cuba ganhar salários quatro vezes superiores ao que um alemão médio auferia naquela época[37]. Ainda, segundo a mesma fonte, no mesmo ano Fidel Castro teria tentado comprar armamento belga através de intermediários da extrema-direita alemã.[carece de fontes]
Em 13 de março de 1995, Fidel faz sua primeira visita à França, a uma potência ocidental desde a revolução de 1959. Na ocasião, Fidel declarou que a visita significava o fim do apartheid imposto a Cuba pelo Ocidente e atacou o bloqueio comercial imposto pelos Estados Unidos há mais de três décadas.[38]
Castro e o ex-presidente do BrasilLula da Silva (na esquerda) em 2003.
De especial significado tem sido sua presença nas cúpulas do Movimento de Países Não-Alinhados. Documentos políticos, discursos, intervenções, artigos e entrevistas suas têm sido difundidos em livros próprios ou compilações, em filmes e nos mais importantes órgãos de imprensa escrita e emissoras de rádio e televisão de Cuba e de todo o mundo. Em 1961 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz.[carece de fontes]
Várias universidades da Europa e América Latina lhe conferiram o título de Doctor Honoris Causa. Tem recebido também múltiplas condecorações por seu labor em prol das relações com outros países, assim como o Prêmio Mijail Sholojov outorgado pela União de Escritores da Rússia em 1995.[carece de fontes]

Transferência inédita e retirada de poder

Em 26 de julho de 2006, Fidel Castro ia a bordo de um avião que fazia a viagem entre as cidades cubanas de Holguín e Havana quando teve uma primeira hemorragia relacionada com a doença nos intestinos que o afastou da vida pública.[carece de fontes]
Não havia nenhum médico a bordo do avião, por isso o aparelho aterrou de emergência para que Fidel Castro fosse hospitalizado. A doença do líder histórico cubano foi então considerada segredo de Estado, mas foram mobilizados os melhores médicos e quatro meses depois, o médico espanhol José Luis Garcia Sabrido, chefe de cirurgia do hospital Gregório Marañón em Madrid, viajou até Cuba para acompanhar a situação[39].
Fidel Castro diante da estátua de José Martí, em Havana, 2003. Fidel Castro se retirou do poder em 2008 por problemas de saúde.
Em 1 de agosto de 2006, Fidel Castro delegou em caráter provisório, por conta de uma doença intestinal que, segundo o próprio, seria grave,[40] suas funções de comandante supremo das Forças Armadas, secretário-geral do Partido Comunista de Cuba e de presidente do Conselho de Estado (cargo máximo da República Cubana) ao seu irmão Raúl Castro, Ministro da Defesa. Inúmeras críticas surgiram, e em outubro de 2006 a imprensa mundial afirmou que ele tem um câncer,[41] fato não confirmado.[carece de fontes]
Em 19 de fevereiro de 2008, Castro anunciou ao jornal do Partido Comunista, o Granma, que não se recandidataria ao cargo de presidente de Cuba, cinco dias antes de o seu mandato terminar.[1]
O poder passou em definitivo para as mãos de seu irmão Raúl Castro após Fidel Castro decidir retirar-se do poder em 24 de fevereiro de 2008, após o parlamento definir a nova cúpula governamental.[1] Cinco dias depois, Fidel anunciou que não aceitaria novamente, se eleito, o cargo de Chefe de Estado. Em uma mensagem publicada no jornal oficial Granma, ele escreveu e assinou:
Ele também escreveu que estaria traindo sua consciência ocupando uma responsabilidade que requer uma mobilidade que não estaria mais em condições físicas de exercer. Mesmo com a renúncia de Castro, o ex-presidente americanoGeorge Bush, não retirou as sanções americanas impostas a Cuba. Fidel Castro diz que continuará escrevendo sua coluna no jornal cubano e não pode continuar no poder por insuficiência em sua saúde. Ele permaneceu como membro do parlamento após a sua eleição como um dos 31 membros do Conselho de Estado. Também manterá o cargo de primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba.[carece de fontes]

Vida pessoal

Família

Genealogia de Fidel Castro
Com sua primeira esposa, Mirta Díaz Balart, Fidel Castro tem um filho chamado Fidel "Fidelito" Castro Díaz-Balart. Mirta e Fidel divorciaram-se em 1955, tendo ela se casado novamente e, após uma temporada em Madrid, teria voltado a residir em Havana para viver com Fidelito e sua família.[43]Fidelito cresceu em Cuba e por um período dirigiu a comissão para a energia atômica do país, tendo sido retirado do posto por seu pai.[44]
Fidel tem outros cinco filhos com sua segunda esposa, Dalia Soto del Valle: Alexis, Alexander, Alejandro, Antonio e Ángel.[44]
Durante seu casamento com Mirta, Fidel teve uma amante, Naty Revuelta, que lhe deu uma filha, Alina Fernández-Revuelta,[44] que deixou Cuba em 1993 fazendo-se passar por uma turista espanhola[45] e pediu asilo nos Estados Unidos, onde tem sido uma ferrenha crítica das ações políticas de seu pai.
Uma irmã de Fidel, Juanita Castro, vive nos Estados Unidos desde o início da década de 1960, tendo sido retratada num documentário de Andy Warhol em 1965.[46] Juanita disse, em Outubro de 2009, que trabalhou para a CIA de 1961 até sua saída de Cuba.[47][48] [49]
No total, pelo menos seis membros de sua família vivem nos EUA, no bairro de Little Havana em Miami: sua irmã,[47] duas filhas [50] e três de seus netos, que levam, em geral, uma vida longe da mídia.

Patrimônio

Em julho de 2014 foi publicado o livro "A vida Secreta de Fidel", escrito por Juan Reinaldo Sanchez um ex-guarda-costas de Fidel. Sanchez, que fora preso em Cuba e acusado de traição exilou-se nos Estados Unidos em 2008, onde conheceu o jornalista francês Axel Gyldén que o ajudaria a escrever o livro.[51] O autor afirma que Fidel nunca abandonou o capitalismo e cita entre seus bens algumas extravagâncias como a posse de uma ilha particular, uma reserva pessoal de caça, uma marina com quatro iates de alto luxo, um barco de pesca e pelo menos 20 residências igualmente recheadas de conforto. O livro ainda afirma que Fidel teria um enorme aquário cheio de golfinhos e tartarugas, que gosta de exibir a familiares e a amigos mais próximos.[52]
Fidel Castro em 2009
Em 2005 a revista Forbes especulou que o patrimônio de Fidel Castro atingiria aproximadamente 550 milhões de dólares. A Forbes chegou a esse número pela soma do patrimônio das empresas estatais do governo de Cuba. Com essa fortuna acumulada, especulou a revista, ele teria alcançado o décimo lugar na categoria "governantes e membros da realeza mais ricos do mundo".[53]
Forbes disse à BBC que, para estimar a presumível fortuna de Fidel, calculou o valor de mercado de várias empresas estatais cubanas, e atribuiu um percentual do valor assim obtido ao patrimônio pessoal de Fidel Castro. Um porta voz da revista confirmou à BBC que a revista não tem nenhuma prova de que Fidel Castro tenha contas bancárias no exterior, embora a revista mantenha que Fidel teria "uma fortuna".[54]
Tais dados foram negados por Fidel no ano seguinte, ao considerar a notícia como uma infâmia com o objetivo de desprestigiar a revolução cubana "anular Cuba e pintar Castro como um ladrão".[55] Na oportunidade, Fidel Castro desafiou:
Fidel ainda alegou que a revista estaria ligada aos serviços de inteligência dos Estados Unidos, e afirmou que o próprio presidente Ronald Reagan teria nomeado o editor da revista para o cargo de coordenador das transmissões de rádio da Voz da América dirigidas à União Soviética durante a Guerra Fria.[54] Ainda, segundo Fidel, muitos meios de comunicação, por todo o mundo, estariam buscando, "de maneira suja e baixa, desprestigiar a Revolução, anular Cuba e pintar Castro como um ladrão".

Morte

Fidel Castro morreu em Havana na noite de 25 de novembro de 2016, aos 90 anos.[2] A morte do líder cubano foi anunciada pela TV estatal cubana. Castro morreu às 22h29 e o corpo do ex-presidente de Cuba será cremado, "atendendo a seus pedidos", informou Raúl Castro, na TV estatal. A última vez que Fidel havia sido visto publicamente foi em 15 de novembro, quando recebeu o presidente do VietnãTran Dai Quang.[56]

Críticas

Opositores

 Mais informações: Alpha 66
Milhares de cubanos deixaram o país durante e depois da revolução que levou Fidel Castro ao poder, fosse por razões políticas ou econômicas. Após 35 anos da instalação do governo revolucionário, estima-se que cerca de 32 000 cubanos deixaram a ilha em direção aos Estados Unidos.[57] De acordo com o jornal francês L'Humanité, a cada ano, 20.000 cubanos solicitam vistos de permanência em solo norte-americano.[58] Milhares deles envolveram-se em menor ou maior grau em organizações apoiadas pelo governo dos EUA, a fim de derrubar ou pelo menos para desafiar o seu governo mas, as ações violentas dos anos 1960 falharam. Jacobo Machover estima em várias centenas de milhares o número de adversários de Fidel Castro.[59]
Em 23 de Abril de 2003, membros do grupo Repórteres sem Fronteiras (RSF), acompanhados por um repórter do jornal20 minutes, do cineasta Romain Goupil, da escritora Zoé Valdés e do filósofo e colunista Pascal Bruckner manifestaram-se em frente da embaixada de Cuba em Paris contra a condenação de 78 cubanos acusados ​​de "conspiração". Eles bloquearam as entradas com correntes e cadeados e confrontaram o pessoal da embaixada[60][61][62][63]
Dissidentes cubanos entraram com uma queixa perante o Supremo Tribunal da Espanha, a mais alta corte da justiça espanhola, em 14 de Outubro de 2005, acusando de Fidel Castro de genocídiocrimes contra a humanidadetortura e terrorismo.[carece de fontes]

Presos políticos

Opositores afirmam que presos políticos morrem em prisões cubanas,[64] dentre os quais o mais famoso é o poeta católicoPedro Luis Boitel. Muitos escritores também foram perseguidos durante suas vidas sem poder sair livremente Cuba como o homossexual Reinaldo Arenas (que conseguiu fugir de Cuba, mas suicidou-se nos Estados Unidos), José Lezama LimaVirgilio Piñera. No entanto, segundo a Anistia Internacional, a repressão continua a ser muito forte: "Durante 2006, houve um aumento do assédio do público e intimidação dos críticos do regime e dissidentes políticos por grupos semi-oficiais em operações chamado de "repúdio". Atos de repúdio ou manifestações de partidários do governo contra de dissidentes políticos ou críticos do regime aumentaram.[65]
Alegadamente muitas prisões são feitas fundamentadas em uma suposta "periculosidade social", definida como uma "propensão a cometer um delito". Nestas medidas de prisão preventiva os termos embriaguez, toxicodependência seriam frequentemente aplicados aos opositores [66] podendo resultar em condenações criminais.[carece de fontes]
De acordo com um relatório publicado em 10 de janeiro de 2005 por a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, ainda existem 294 presos políticos em Cuba, contra 317 no início de 2004. De acordo com o relatório, em 2004, pelo menos 21 pessoas foram presas por razões políticas. Ele também lembrou que o governo cubano continua a negar o acesso a prisões ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha e a Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos.[carece de fontes]
Muitos adversários do regime foram presos, e um dos mais famosos é Armando Valladares que relatou suas experiências em "Against All Hope", condenado pelo uso de explosivos em Havana em 1960. Regis Debray, que foi enviado por François Mitterrand para a sua libertação, em 1980, escreveu mais tarde, que Armando Valladares tinha se passado por paralítico quando, na realidade, estava com a saúde perfeita.[67] Este último também ganhou mais tarde a cidadania americana e tornou-se embaixador de Ronald Reagan na ONU.[68]

Ver também

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c Fidel Castro sai de cena - PortugalDiário.pt, 19 de fevereiro de 2008.
  2. ↑ Ir para:a b c d e «Cuba's Fidel Castro, former president, dies aged 90»BBC. 26 de novembro de 2016.
  3. Ir para cima «Fidel Castro confirmou que já não é dirigente do Partido Comunista».
  4. Ir para cima "Freedom of the Press 2009", página 20. Freedom House
  5. Ir para cima "Democracy Index 2010"
  6. Ir para cima Cuba: La maquinaria abusiva de Fidel Castro se mantiene intacta - Human Rights Watch, 18 de fevereiro de 2008.
  7. Ir para cima Cuba: juicio viola el derecho de los disidentes a la libertad de expresión - Human Rights Watch, 21 de abril de 2004.
  8. Ir para cima En el primer aniversario de la ola represiva contra disidentes pacíficos en Cuba - Human Rights Watch, 17 de março de 2004.
  9. Ir para cima Cuba registra taxa mais baixa da História de mortalidade infantil
  10. Ir para cima Bolívia é o terceiro país da América Latina a erradicar o analfabetismo
  11. Ir para cima UNICEF: Cuba free of child malnutrition
  12. Ir para cima |Chernobil continua chegando a Cuba
  13. Ir para cima Cuba and the South African anti-apartheid struggle
  14. Ir para cima Cuban infusion remains the lifeblood of Timor-Leste's health service
  15. Ir para cima «Raúl Castro é confirmado novo chefe do Partido Comunista de Cuba com Machado Ventura como vice». O Globo. Consultado em 19/04/2011.
  16. Ir para cima «Raul Castro to lead Cuba's Communist Party». CNN. Consultado em 19/04/2011.
  17. Ir para cima Folha da RegiãoFidel Castro recebe prêmio do Conselho Mundial da Paz, diz rádio cubana. Acesso em 30 de abril de 2011
  18. Ir para cima Bourne 1986, p. 14; Coltman 2003, p. 3; Castro and Ramonet 2009, pp. 23–24.
  19. Ir para cima Bourne 1986, pp. 14–15; Quirk 1993, pp. 7–8; Coltman 2003, pp. 1–2; Castro and Ramonet 2009, pp. 24–29.
  20. Ir para cima Bourne 1986, pp. 14–15; Quirk 1993, p. 4; Coltman 2003, p. 3; Castro and Ramonet 2009, pp. 24–29.
  21. Ir para cima Bourne 1986, pp. 16–17; Coltman 2003, p. 3; Castro and Ramonet 2009, pp. 31–32.
  22. Ir para cima Quirk 1993, p. 6; Coltman 2003, pp. 5–6; Castro and Ramonet 2009, pp. 45–48, 52–57.
  23. Ir para cima Bourne 1986, pp. 29–30; Coltman 2003, pp. 5–6; Castro and Ramonet 2009, pp. 59–60.
  24. Ir para cima Quirk 1993, p. 13; Coltman 2003, pp. 6–7; Castro and Ramonet 2009, pp. 64–67.
  25. Ir para cima Bourne 1986, pp. 14–15; Quirk 1993, p. 14; Coltman 2003, pp. 8–9.
  26. Ir para cima Quirk 1993, pp. 12–13,16–19; Coltman 2003, p. 9; Castro and Ramonet 2009, p. 68.
  27. Ir para cima Bourne 1986, p. 13; Quirk 1993, p. 19; Coltman 2003, p. 16; Castro and Ramonet 2009, pp. 91–92.
  28. Ir para cima Bourne 1986, pp. 9–10; Quirk 1993, pp. 20, 22; Coltman 2003, pp. 16–17; Castro and Ramonet 2009, pp. 91–93.
  29. Ir para cima Bourne 1986, pp. 34–35; Quirk 1993, p. 23; Coltman 2003, p. 18.
  30. Ir para cima Coltman 2003, p. 20.
  31. Ir para cima Bourne 1986, pp. 32–33; Coltman 2003, pp. 18–19.
  32. Ir para cima Bourne 1986, pp. 34–37,63; Coltman 2003, pp. 21–24.
  33. Ir para cima Bourne 1986, pp. 39–40; Quirk 1993, pp. 28–29; Coltman 2003, pp. 23–27; Castro and Ramonet 2009, pp. 83–85.
  34. Ir para cima Coltman 2003, pp. 27–28; Castro and Ramonet 2009, pp. 95–97.
  35. Ir para cima Bourne 1986, pp. 35–36, 54; Quirk 1993, pp. 25, 27; Coltman 2003, pp. 23–24,37–38, 46; Von Tunzelmann 2011, p. 39.
  36. Ir para cima Franqui, Carlos. "Fidel Castro's Trip to the United States" - in Family Portrait with Fidel. Random House, Nova York.
  37. Ir para cima «Fidel Castro recrutou nazis para o exército cubano».
  38. Ir para cima "Livro do Ano 1996", pg. 23. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. São Paulo (1994).
  39. Ir para cima «Doença de Fidel Castro começou com uma hemorragia a bordo de um avião».
  40. Ir para cima Fidel Castro delega suas funções pela primeira vez. - Agência EFE, (in UOL News), 31 de julho de 2006.
  41. Ir para cima Fidel estaria recusando tratamento contra suposto câncer, diz jornal - O Globo, 8 de dezembro de 2006.
  42. Ir para cima EUA devem manter embargo contra Cuba, diz assessor de Bush - G1, 19 de fevereiro de 2008.
  43. Ir para cima Bardach, Ann Louise: Cuba Confidential. p. 67. "One knowledgable source claims that Mirta returned to Cuba in early 2002 and is now living with Fidelito and his family." ("Uma fonte com conhecimento alega que Mirta retornou a Cuba no início de 2002 e está vivendo atualmente com Fidelito e sua família.")
  44. ↑ Ir para:a b c Anderson, Jon Lee. "Castro's Last Battle: Can the revolution outlive its leader?" The New Yorker, 31 de julho de 2006.
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  48. Ir para cima Le Point - La soeur de Fidel Castro, collaboratrice de la CIA? 26 de Outubro de 2006, (em francês), acessado em 14/01/2016.
  49. Ir para cima FIDEL E RAUL, MEUS IRMAOS: A HISTORIA SECRETA.Autora: Juanita Castro. Planeta do Brasil, 2011. ISBN 9788576656050 Adicionado em 14/01/2016.
  50. Ir para cima Ocnus - The Life and Loves of Fidel Castro. Christine Toomey, 28 de Dezembro de 2008, (em inglês), acessado em 14/01/2016.
  51. Ir para cima «Fidel Castro lived like a king in Cuba, book claims». Consultado em 29/10/2015.
  52. Ir para cima «Ex-guarda-costas diz que Fidel tinha ilha, iates e mais de 20 casas».
  53. Ir para cima Fidel diz que sua inclusão na lista dos mais ricos da "Forbes" é "infâmia" - Folha Online, 18 de março de 2005.
  54. ↑ Ir para:a b EVANS, Stephen. Forbes insiste en la fortuna de Castro. BBC World, 17 de maio de 2006
  55. Ir para cima Ravsberg, Fernando. Castro le responde a Forbes.Havana: BBC Mundo, BBCMundo.com, 16 de maio de 2006
  56. Ir para cima Da redação (26 de novembro de 2016). «Morre aos 90 anos Fidel Castro, ex-presidente de Cuba»G1. Consultado em 26 de novembro de 2016.
  57. Ir para cima Libération - Quinze ans après, les «balseros» cubains rament toujours . Eric Landal, 14 de Outubro de 2009, (em francês), acessado em 14/01/2016.
  58. Ir para cima L'Humanité - Tranches de vie de balseros cubains.Françoise Escarpit, 30 de Outubro de 1999, (em francês), acessado em 14/01/2016.
  59. Ir para cima Jacobo Machover, "Cuba : la peur, l’exil et l’entre-deux", dans Raisons politiques, 3, 2001. Acessado em 14/01/2016.
  60. Ir para cima Cuba-Si Arquivo Acessado em 14/01/2016.
  61. Ir para cima Cuba-Si (Arquivo) Acessado em 14/01/2016.
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  67. Ir para cima Régis Debray, Les Masques, Gallimard, 1987, pág. 213. Acessado em 14/01/2016.
  68. Ir para cima Ignacio Ramonet, Fidel Castro: Biographie à deux voix.Éditions Fayard, Paris 2007, págs. 419-421 Acessado em 14/01/2016. Acessado em 14/01/2016.

Bibliografia

  • Bourne, Peter G. (1986). Fidel: A Biography of Fidel Castro (em inglês) (Nova Iorque, NI: Dodd, Mead & Company). ISBN 978-0396085188.
  • Coltman, Leycester (2003). The Real Fidel Castro (em inglês) (New Haven e Londres: Yale University Press). ISBN 978-0300107609.
  • Quirk, Robert E. (1993). Fidel Castro (em inglês) (Nova Iorque e Londres: W.W. Norton & Company). ISBN 978-0393034851.
  • Von Tunzelmann, Alex (2011). Red Heat: Conspiracy, Murder, and the Cold War in the Caribbean (Nova Iorque, NI: Henry Holt and Company). ISBN 978-0805090673.

Ligações externas

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Primeiro-Ministro de Cuba
1959 — 1976
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Presidente da República
Presidente do Conselho de Estado da República de Cuba
1976 — 2008
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Raúl