segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Dermi Azevedo relata momentos de sua vida.

Extraído de: OAB - Rio Grande do Norte  - 13 de Dezembro de 2012

Clico da Verdade: jornalista Dermi Azevedo relata na OAB/RN momentos marcantes de sua vida durante a ditadura militar

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Atravessei a fronteira da Bolívia vestido de padre. Pedi hospedagem a um arcebispo que tinha acabado de celebrar uma missa, ressaltando o amor de Jesus e a misericórdia. Em um primeiro momento, negou-me abrigo, mas depois voltou atrás por minha insistência e me encaminhou para dormir em um lugar com insetos. Vi a diferença entre o falar e o praticar. Outro momento muito difícil foi quando invadiram minha casa e espancaram meu filho, que na época tinha 1 ano e 8 meses, deixando-o com sequelas até hoje, ressaltou o jornalista norte-riograndense Dermi Azevedo no Ciclo da Verdade e Memória, realizado hoje (13) na sede da OAB/RN.
O evento contou com a presença de estudantes, integrantes de movimentos sociais, representantes da Comissão da Verdade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, advogados e presos políticos. Conforme o presidente da Comissão da Verdade e Memória, Djamiro Acipreste, o objetivo é contar a história dos potiguares que enfrentaram inquéritos, processos e abusos durante ditadura militar a fim de produzir relatório e encaminhar para Comissão Nacional. Queremos contar a verdade e mostrar que há condições para os jovens conhecerem a memória verdadeira, disse Djamiro.
Jornalista Dermi Azevedo
Dermi trabalhou, entre outras publicações, nos jornais Diário de Natal, Tribuna do Norte, A Ordem, Salário Mínimo, Visão, Manchete, Fatos & Fotos, VEJA, Isto É (da qual foi correspondente na Itália), Folha de S.Paulo, O Estado de São Paulo, Jornal da Tarde e Informations Catholiques Internationales, da França. Como pesquisador, fez especialização em Relações Internacionais, na FESPSP, sobre a política externa do Vaticano, tornando-se, em seguida, Mestre em Ciência Política, na USP, com dissertação sobre a colaboração de agentes religiosos com a repressão de 1964/1985 e Doutor nessa mesma universidade, com uma tese sobre Igreja Católica e Democracia. Dermi foi presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Natal. Presidiu também a COOJORNAT - Cooperativa dos Jornalistas de Natal e foi um dos representantes brasileiros na II Conferência Mundial de Direitos Humanos, realizada, pela ONU, em 1993, em Viena, Áustria. Atualmente Dermi reside em Belém, no Estado do Pará.
Autor: Anne Medeiros

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